3 DAYS ROUTE IN KYOTO AND NARA

By Graziela Bastos

Quioto e Nara


Roteiro de 3 dias 


Se eu incluísse um ranking dos locais que visitei no Japão e que mais gostei, com certeza, no topo da lista estaria Quioto.

Uma cidade linda que respira tradição e cultura e que merece 2 a 3 dias no mínimo para explorá-la. Quioto, por vários séculos, foi a capital do país, residência do imperador e centro cultural do Japão.

Devo admitir que em meu roteiro inicial eu havia colocado somente um 1 cheio para a cidade e outro para um bate volta à Nara, mas antes mesmo que nós pudéssemos nos arrepender de não ter ficado mais, resolvemos reservar mais uma noite.

1º dia - Quioto


Chegamos à cidade depois de uma viagem de Shinkansen (trem bala) entre nosso último destino, Osaka, e o novo, Quioto. Foi mais ou menos 1 hora de viagem com muito conforto e rapidez. Chegamos à Kyoto Station e como mencionei em outro post é o ao redor dessas estações centrais o melhor lugar para hospedar-se, e foi onde ficamos.

Quando você inicia uma pesquisa sobre o Japão e busca por hospedagem, de cara acha uma opção bem comum no país, os ryokans, que são guesthouses japonesas, ou seja, lugares pequenos e com camas no chão, onde você coloca seu edredom bem grosso no “tatame” e dorme. E para uma imersão completa decidi que uma das hospedagens em alguma das cidades visitadas ia ser nesse estilo, e Quioto foi a escolhida. Ficamos num local chamado Ryokan Kyoka, bem legal e próximo da estação.

Ryokan Kyoka

Deixamos nossas malas bem cedinho e partimos para o city tour. Como de costume fomos ao centro de informações turística local (fica dentro da estação central de Quioto), pegamos muitas dicas, mapas, folders e compramos um passe de 1 dia de ônibus (500 yen por pessoa). Ao contrário de Osaka, onde compramos passe para metrô, em Quioto a melhor maneira de conhecer a cidade é pela rede de ônibus.

Marcamos os pontos “principais” no mapa e partimos para a primeira parada, o Nishi Hongwanji Temple, um templo muito próximo da estação central, com um complexo bem grande e bonito, e que é reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO. Ficamos alguns minutos por lá, tirando fotos e logo partimos para a próxima parada Nijo-jo Castle.

Nishi Hongwanji Temple

Por mais de mil anos Quioto foi a capital imperial do Japão, e seu centro do poder era o Palácio Imperial. Os xoguns da família Tokugawa tinham sua base em Edo, a Tóquio atual, porém quando estavam em Quioto, sua base era este castelo, o Nijo-jo. E ao contrário das fortificações nipônicas, quase sempre instaladas em morros e colinas, o forte dos Tokugawa encontra-se numa planície no centro da cidade.

Nijo-jo Castle

Nesse local encontramos um belíssimo castelo com seu teto principal e shrine de entrada revestido em ouro e madeira. Logo no primeiro olhar impressionou bastante. Pagamos a entrada (o valor das entradas nos templos e castelos em Quioto, e também em outros lugares do Japão, sempre ficam em torno de 500 a 1500 yen por pessoa) e entramos no prédio principal. Dentro do castelo foram criadas cenas típicas com bonecos vestidos com roupas tradicionais (xoguns, gueixas, etc.), descrição de cada situação e rituais da época. Percorremos todos os cômodos e fomos aprendendo mais um pouco sobre a cultura japonesa. E como em quase todos os templos e castelos existe um belo jardim e sempre algo para explorar fora do ambiente fechado principal. E para lá que fomos.

Logo depois do Nijo-jo veio uma agradável surpresa, o Kinkakuji Temple (The Golden Pavilion). Dos lugares que conhecemos no Japão esse templo merece muito destaque. Todo o pavilhão, exceto o andar térreo, é folheado a ouro puro e no telhado existe uma fenghuang dourada (uma fénix chinesa). Uma verdadeira belezura pros olhos e para as lentes das máquinas fotográficas e celulares.

Kinkakuji Temple (The Golden Pavilion)

Os jardins e as construções do local foram criados para representar a Terra Pura de Buda no mundo. O templo dourado fica no meio de um pequeno lago, e o reflexo dele na água é algo mesmo de “outro mundo”. Além do templo, todo o entorno do local é muito bonito, com jardins e outras construções típicas, como a casa de chá.

Esse templo foi incendiado por um monge que sofria de perturbações mentais, em 1950, e a estrutura atual data de 1955.

Andando pelas dependências vi uma linda foto do templo no inverno, e fiquei muito impressionada como este fica belíssimo também nesta época do ano, todo revestido de neve e branquinho. Ali tive plena certeza que tinha escolhido o país certo para visitar.

Depois desse colírio partimos para mais um local que impressionou do começo ao fim. Corremos um pouco, pois já estava chegando o fim do dia e os templos tem hora para fechar, geralmente entre 17h30 e 18h30. Partimos para pegar o ônibus (usando day pass) e descemos na região de Gion, local onde encontraríamos o Kiyomizu-dera Temple.

Entrada do Kiyomizu-dera Temple

Ele está localizado na Gion Area, onde existem vários templos, shrines, museus, pagodas e mausoléus, porém naquele momento nossa atenção especial era para o Templo de Kiyomizu-dera. Este é um templo budista, e é parte dos Monumentos Históricos da Antiga Quioto e Patrimônio Mundial da UNESCO.

Na entrada já ficamos bem impressionados, pois encontramos um lindo portal vermelho japonês (shrine) com uma escadaria onde muitos turistas tiram fotos, e o que viria a seguir seria ainda mais lindo. Andando por dentro do complexo encontramos um enorme pagoda (refere-se a um tipo de torre com múltiplas beiradas, comum na China, no Japão, nas Coreias, no Nepal e em outras partes da Ásia, e estes são construídos para fins religiosos, geralmente budistas, por isso localizam-se dentro ou próximo a templos), e logo depois demos de cara com o grande templo Kiyomizu-dera e sua enorme varanda de madeira. Lá é possível ter uma bela vista de Quioto.

Kiyomizu-dera e sua enorme varanda de madeira

Andando mais um pouco encontramos mais um pagoda, muita natureza e uma fonte de água que dizem ser sagrada onde os visitantes e peregrinos bebem e lavam suas mãos. Uma paisagem linda, muitas japonesas e turistas vestidas de gueixas (é muito comum encontrar nos templos mulheres e homens vestidos com roupas típicas japonesas, pois existem muitas lojas que fazem aluguel de quimonos) e um fim de tarde mais que agradável sentados na mesma escadaria que começamos o passeio. E assim o dia se foi.

Kiyomizu-dera Temple

Como subimos correndo a pequena rua do distrito de Higashiyama que dá acesso ao templo, e não conseguimos ver nada, na descida fomos com mais calma olhando lojinha por lojinha, pena que já estavam fechando, mas prometemos voltar num outro dia.

Jantamos em um restaurante de fast food de comida local, pegamos o ônibus e voltamos para o Ryokan. Estávamos exaustos, mas muito felizes com o que tínhamos visto.

2º dia - Nara e Fushimi Inari Taisha 


Acordamos bem cedo e pegamos o trem bala para a cidade de Nara (JR Nara Line). Chegamos na cidade por volta das 9h e logo fomos em direção ao centro de informações turísticas, que fica dentro da estação. Lá pegamos um mapa local e iniciarmos a andança do dia.

Nara Station

A estação central de Nara fica muito próxima às atrações principais (a maioria fica dentro do Nara Park – um grande parque no meio da cidade com uma vasta área verde, onde encontram-se 4 sítios considerados Patrimônios Mundiais da UNESCO), por isso partimos a pé rumo à primeira parada: Kofukuji Temple e Three-Story Pagoda. Nessa área você ainda pode encontrar o Museu Kofukuji Kokuho-Kan, o Tokondo Hall e o Five-Story Pagoda.

Five-Story Pagoda

Visitamos o local, tiramos algumas boas fotos e seguimos para a área dos jardins (Yoshikien Garden e Isuien Garden). Entramos no Yoshikien, mas não vimos muitos atrativos e, portanto de lá já partimos para um dos pontos mais famosos: o Todaiji Temple. Esse antigo templo merece algumas boas linhas.

O Todaiji é famoso pela enorme estátua Vairocana (mestre da família Buda, representa o Adi-Buda, que é a essência de todos os budas) que é popularmente conhecida como Daibutsu (Grande Buda). Fundando no século 8, o Daibutsuden Hall, que abriga a estátua, foi incendiado duas vezes em guerra. A estrutura atual, que foi refeita em 1709, foi reduzida dois terços do tamanho original. Mesmo assim esta é a maior estrutura de madeira do mundo.

Todaiji Temple

O local é realmente muito lindo e lotado de turistas. No interior do templo você encontra diversas estátuas gigantes em madeira (samurais), uma maquete do complexo, um lindo Buda dourado e óbvio a atração principal, o Buda Gigante, que fica logo na entrada. A área externa é igualmente linda, com um enorme jardim.

Samurai em madeira no Todaiji Temple

Saindo desse complexo partimos para outro sightseeing muito concorrido, o Kasuga Taisha Shrine.

Como falei no início do texto, as atrações de Nara ficam quase que todas dentro de um parque, e nesse local o que mais se vê, além, óbvio, dos templos, pagodas e shrine, são os famosos cervos. São aproximadamente 1.200 bichinhos circulando pelo parque. Você pode vê-los livres e ainda comprar “biscoitinhos” típicos para alimentar estes dóceis animais.

Voltando ao Kasuga, chegamos nesse shrine e nos deparamos novamente com o típico ‘vermelho’ japonês (nas culturas asiáticas, o vermelho é uma cor muito importante – ela traz boa sorte, alegria, prosperidade, celebração e vida longa). Um local belíssimo, cheio de mística e com diferentes luminárias espalhadas “como decoração”.

As entradas deste santuário são revestidas com aproximadamente 2.000 lanternas de pedra, e os beirais do santuário estão decorados com cerca de 1.000 lanternas de bronze.

São aproximadamente 2000 lanternas de pedra no Kasuga Taisha Shrine

Findo o passeio por Nara retornamos ao centrinho da cidade, almoçamos num restaurante típico e decidimos partir para uma atração muito famosa em Quioto, o Fushimi Inari Taisha.

Voltamos à estação do JR e seguimos em direção à Quioto. Paramos na estação Fushimi Inari (a mesma linha que faz o trajeto Quioto até Nara e vice versa – Nara Line – passa nesse ponto turístico).

Descendo do trem e dando alguns passos você já dá de cara com a entrada da atração, e ali já fica fascinado com a decoração do local, dezenas de lanternas dão o ar da graça e preparam o turista para as belezas que ainda virão.

Entrada do Fushimi Inari Taisha

Fushimi Inari Taisha é o templo central de Inaria Okami. Este se situa na base da montanha que também chama-se Inari e que está a 233 metros acima do nível do mar. Por lá, você encontra trilhas montanha acima que te levam para diversos templos menores que se espalham por 4km. Se tiver folego, faça todo o trajeto e vá até o topo. Vai durar aproximadamente 2 horas para você fazer todo o percurso.

Portões toriis enfileirados

É realmente fascinante andar pela sequência de portões toriis enfileirados um atrás do outro. Por lá, e como na maioria dos pontos turísticos, encontramos várias japonesas e turistas vestidas com roupas típicas, as famosas gueixas.

Gueixas dentro do Fushimi Inari Taisha

E depois de algumas horas e muitas escadas finalizamos o passeio neste local. Retornamos para o trem e partimos para Quioto onde fechamos o dia explorando a famosa loja de departamento Kyoto Yodobashi, mesmo local onde jantamos.

3º dia - Arashiyama e Gion Area 


Acordamos cedo e partimos para nosso roteiro em Quioto. Dessa vez fomos em direção à área de Arashiyama (são mais ou menos 15 minutos de trem de Kyoto Station até a estação Saga- Arashiyama). O que chamou a atenção já ao descer do trem foram os diversos puxadores de charretes (homens, e às vezes também mulheres, que puxam charretes e levam os turistas para passear dentro desses meios de transporte – sem dúvida um passeio diferente). Eles são dezenas espalhados pelo complexo e disputam espaço pelas ruas com os visitantes que estão conhecendo o local a pé.

Puxadores de charretes em Arashiyama

Chegando ao local, como não tínhamos nenhum ‘mapinha’ com os pontos mais importantes ficamos um pouco perdidos no início, mas logo nos achamos, mesmo porque andar por lá é muito fácil e a sinalização, como em todos os lugares no Japão, é muito bem estruturada. Essa região, de maneira bem resumida, é basicamente uma rua principal com vários restaurantes e lojinhas e uma área “interna” onde você acessa os templos, jardins e o famoso corredor de bambus (Bamboo Grove Road), e onde pode pegar um trem temático que faz um passeio pela área (nós não fizemos esse passeio, mas todos os guias que li e todos os folhetos falam dele).

Além dessa parte interna existe um grande rio que corta a região e próximo a ele existem muitas atrações, tais como: passeio de canoa, passeio em barco típico japonês, uma ponte bem bonita para tirar boas fotos, restaurantes e até um parque de macacos.

Região de Arashiyama - passeio de barco típico

Ficamos por lá uma manhã inteira, depois almoçamos e retornamos para a área central de Quioto, ou para ser mais precisa, para a área de Gion (retornamos para este local, pois no dia que fomos não deu pra conhecer tudo).

Em minha opinião, essa região é uma das mais atrativas da cidade, uma vez que reúne em um só local diversos templos e atrações muito interessantes.

Compramos novamente o passe de 1 dia para andar na rede de ônibus da cidade, pegamos o ônibus na Kyoto Station e descemos na estação Kiyomizumichi (digo estação, pois os pontos de ônibus são assim considerados, já que são mapeados como estações). Subimos uma ruela onde tinham várias lojinhas de aluguel de quimonos e de repente me deparei com uma “pintura” dentro de uma das lojas de aluguel de roupas. Uma moça completamente “montada” com as vestimentas orientais, e além de tudo isso estava pintada e ornamentada com o maior cuidado e detalhamento. Não hesitei, entrei no local e pedi uma foto. Ela gentilmente permitiu e eu levei a mais linda gueixa que encontrei no Japão pras minhas recordações de viagem.

Área de Gion - Gueixa

Continuando a caminhada nos deparamos novamente com o Kyomizudera Temple, e obviamente não entramos, pois já tínhamos feito isto no primeiro dia. Continuamos pelas vielas e ruas desse bairro. A grande graça desse local é ir explorando cuidadosamente todas as pequenas ruas, lojinhas, restaurantes, pagodas e templos. É encantador ver cada pedacinho desse lugar.

Ruelas em Gion Area

Paramos várias vezes para degustar alguns doces locais, para entrar em lojinhas ou para simplesmente tirar fotos das vielas, que sempre tinha alguma gueixa escondidinha!

Explorando os arredores encontramos o Koda-ji Temple. Nesse momento já tínhamos andando bastante, mas ainda tinha muito para ver. Tiramos belas fotos nesse templo e partimos para outras experiências. Encontramos mais um pagoda e por fim chegamos ao Yasaka-jinja Shrine e Chion Temple. Dentro do complexo existe um parque chamado Maruyama, por ali foram mais algumas fotos e a noite já estava caindo.

O passeio pelos templos e por Gion havia acabado, e estava na hora de irmos jantar. Bem em frente ao Yasaka-jinja Shrine tem uma avenida bem grande cheia de lojinhas de suvenirs e restaurantes (Kawaramachi), e para lá que fomos. Jantamos, pegamos nosso ônibus para o ryokan e nosso dia acabou assim.

E depois de tantas experiências maravilhosas em Quioto e região era hora de partir para a atual capital do país: Tóquio!

Veja a continuação no post Roteiro de 5 dias em Hakone, Nikko e Tóquio.Links Importantes



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