Veneza
Roteiro de 3 dias
Beleza, singularidade, romance, agito e audácia!
Posso garantir que essas características são venezianas. Posso garantir que você encontrará tudo isso e mais um pouco nesse pequeno pedaço do Planeta Terra.
Veneza é única!
Imagine a coragem de construir uma cidade de palácios sobre uma laguna. Em vez de se render à natureza (à acque alte – maré alta), os venezianos inundaram o mundo com pinturas, música, cozinha carregada de especiarias, moda e spritz (o drink típico da cidade, prosecco com Aperol).
Um misto de ansiedade e admiração pela história foi o tempero que fez desta minha viagem algo, também, único.
Veneza é uma cidade onde cada um que a visita consegue a enxergar de uma forma diferente, por isso cada experiência é única.
De qualquer forma existem alguns pontos básicos para visitar e junto com esses locais “comuns” cada turista faz do seu momento algo especial e diferente.
Então vamos ao meu momento único, que poderá servir de base para um planejamento futuro de uma visita sua a esse patrimônio Mundial.
Primeiro dia: chegada, reconhecimento e de “cara” Piazza San Marco
Meu trem partiu de Firenze (Florença – minha cidade base na Itália) rumo à Veneza, por volta das 12h, e cheguei na estação central em 2 horas. Neste trecho (Firenze – Venezia) passa-se por Bolonha, Pádua, Venezia Mestre e a última estação é Venezia Santa Lucia.
Antes de falar de Veneza abro parênteses para falar sobre escolha de localização de hotel/hostel. É importante salientar que quando você está procurando preços nos diversos sites de buscas, aparecem muitas opções mais baratas na localização de Venezia Mestre, a estação anterior à Venezia SL, mas existem muito mais pontos contra do que a favor para hospedar-se nesse trecho.
Veneza é uma ilha, portanto, é preciso transporte especial para acessá-la (trem, ônibus ou barco), caso você opte pelo valor mais baixo de Venezia Mestre, você terá gastos extras com transporte todo dia, para ir de Mestre à Veneza e vice-versa, portanto essa opção pode parecer lucrativa no início, mas no final os valores gastos com transporte podem encarecer sua viagem.
Outro ponto importante é: a beleza está em Veneza e não na sua vizinha Venezia Mestre, portanto vendo pelo lado financeiro e pelo lado turístico, nada me convence que é melhor ficar em Venezia Mestre.
A hospedagem em Veneza pode parecer mais cara, e realmente é, mas fazendo um balanço geral de todos os fatores, é muito melhor hospedar-se em Veneza (ilha).
Eu optei por um albergue bem próximo da estação central Venezia SL, por questões de locomoção e por questões financeiras, mas existem muitas “zonas” onde se pode encontrar uma boa acomodação.
Minha escolha foi baseada primeiro na localização, para que eu pudesse me locomover com facilidade, principalmente para que eu pudesse deixar minha mala no último dia e depois do último passeio otimizar o tempo e seguir direto para a estação de trem. E depois foi baseada no valor, já que Veneza é um lugar caro para hospedagem. Optei por um albergue simples na região de Santa Croce.
Depois de explicada a escolha da acomodação vamos ao roteiro feito por mim em 3 dias (meio dia de sábado, dia “cheio” de domingo e meio dia de segunda-feira).
Cheguei no hostel bem no horário de check in, coloquei minha malinha no quarto e parti para conhecer a beleza de Veneza.
Antes de caminhar parei para um pequeno almoço e segui da região de Santa Croce em direção à Piazza San Marco.
Caminhei cerca de 1,5 km até a zona mais turística da cidade. E conforme ia andando pelas pequenas e estreitas ruas de Veneza, ia admirando e tirando muitas fotos. Estava realmente maravilhada com o cenário que antes tinha visto em fotos e agora estava diante dos meus olhos.
Todos aqueles pequenos canais e as gôndolas passando, me instigavam ainda mais a tirar muitas e muitas fotos.
Quando sai do hotel coloquei no google maps o meu destino final, à Piazza San Marco, mas, de fato, como havia lido em muitos blogs, de nada adianta. Uma hora seu google maps se perde e você também se perde em meio àqueles labirintos de Veneza.
Dica: use sempre as localizações das placas indicativas: Ferrovia, Piazza San Marco, Rialto, etc e localize-se! Guie-se por essas direções principais e dessa forma encontrará os locais de interesse com mais facilidade.
Na minha caminhada da tarde de sábado, passei por ruas estreitíssimas com milhares de pessoas, sem se quer saber onde estava e segui rumo à Piazza. Um pouco perdida, mas seguindo as placas continuei em direção ao destino final.
Num certo momento já estava na Feira de Rialto, e por ali já sabia que uma das atrações principais estava próximo. Passei pela Ponte di Rialto, e enfim cheguei à Piazza.
Lá estava ela com sua Basílica di San Marco, com o charmoso Palácio Ducale, com a Torre dell’Orologio, a Campanile e toda aquela estrutura imponente no entorno da praça principal de Veneza.
A chegada foi impactante!
Sentei um pouco nos degraus da praça e admirei por alguns minutos aquele local. Tomei um ar, uma água e parti para continuar minha andança. Segui em direção à Isola di S. Elena.
Minha ideia era fazer a Piazza no primeiro dia e toda a parte da Riva degli Schiavoni, Riva Ca’di Dio e a Riva dei Sette Martiri (vias à beira mar que levam para uma das extremidades de Veneza – extremidade oposta à Ponte dell’Academia).
Passei em frente da Ponte dei Sospiri, ou em português Ponte dos Suspiros, e continuei pela Riva. Atravessei algumas pontes e em alguns minutos estava na Stazione Marittima e na zona do Giardini dela Bienale Internazionale di Venezia.
Explorei um pouco esse jardim público onde fica a Bienal e segui para outro parque, o Parco dele Rimembraze, que fica na ponta da Isola de S. Elena. Este local não é muito acessado por turistas, mas é lindíssimo. Essa ponta de Veneza é um local à parte e mais frequentado por moradores que viajantes. Encontra-se por lá um espaço arborizado e muito tranquilo.
Passei alguns minutos caminhando pela Isola e depois de algumas fotos fiz todo o percurso novamente, só que nesse momento retornando ao hostel.
Finalizei o dia com uma pizza e um spritz, famoso aperitivo italiano.
Segundo dia: passeio a pé – o labirinto veneziano
Buscando dicas sobre Veneza decidi fazer um percurso a pé proposto pelo guia de viagens Lonely Planet, que percorre as regiões de Santa Croce, Cannaregio e San Marco.
Iniciei o dia com um café rápido e segui para explorar Veneza. Comecei pelo Campo dei Frar, Chiesa di San Rocco, Scuola Grande di S. Rocco e Museo Leonardo da Vinci. Passei pela Chiesa di San Giovanni Evangelista e caminhei até a Riva di Basio. Segui para a Chiesa San Giacomo dell’Orio e Campo S. Giacomo dell’Orio. Por ali parei por alguns minutos e fiz um pequeno lance, pois nessa praça possui um pequeno mercado local. Conferi o roteiro no mapa e continuei a caminhada pelos labirintos. Passei pelo Palazzo Mocenigo e pela Chiesa di S. Stae.
Continuei até o Ca’Pesaro, que é uma Galeria de Internacional de Arte Moderna
Caminhei para Chiesa di Santa Maria Mater Domini, tirei fotos e continuei. Segui para o Campo San Cassian, onde pude encontrar a Chiesa di San Cassiano.
O passeio continuou em direção ao Campo Rialto Mercado, que é um lugar com pilhas de produtos e coberto de frutos do mar, mas que naquele dia estava fechado.
Segui para o Campo de Le Beccarie, passei pelo Campo Cesare Battiti e cheguei aos pés da Ponte Rialto, onde fica seu mercado de rua.
Caminhei pela riva antes de atravessar o Canal Grande, tirei fotos e finalmente fui para o outro lado do canal.
Já era hora de comer e um pequeno mercado local foi escolhido para que eu pudesse comer bem e barato. Comprei alguns itens, paguei e sentei as margens do Canal Grande para passar alguns minutos e descansar, ao mesmo tempo que comia.
Uma boa alternativa para quem não quer gastar muito em Veneza e quer, também, economizar tempo é comprar alguns petiscos e sanduíches num mercado local e sentar no às margens do Canal. Muita gente faz isso e você será mais um acompanhando a multidão que visita Veneza.
Um dos mais famosos por lá é o Coop e foi nesse que decidi comprar meu almoço.
Depois de mais de uma hora admirando o Canal Grande e descansando parti para mais caminhada, cheguei a Parrochia di San Salvador, depois Chiesa di San Lio, continuei até a Parrochia di S. Maria Formosa, passei pela Chiesa di S. Maria della Consolazione e cheguei à Chiesa di Santa Maria dei Miracoli.
A próxima parada foi no Campo di S. S. Giovani e Paolo, uma praça belíssima onde está situada a Chiesa di S. S. Giovani e Paolo. Essa parte de Veneza fica bem próxima do Fondamente Nuove, a margem oposta da Riva degli Schiavoni (a beira mar da Piazza San Marco). Ou seja, eu estava naquele momento na outra margem de Veneza, agora de frente para a Isola di San Michele.
Sentei as margens do Canale dele Fondamente Nuove e apreciei a vista e aproveite para relaxar os pés já cansados.
A ideia do retorno era atravessar alguma via até a área de Cannareggio. E foi o que fiz! Fui até a ponta da Fondamente Nuove (Sacca della Misericordia), segui por uma via que levava até o Canal Grande e cheguei na Strada Nova, uma grande via que liga o Campo del S S Apostoli à Chiesa della Maddalena e depois seguindo um pouco mais à estação central de trens de Veneza. Essa via tem muitas lojas e muito movimento de turistas.
Segui por ela sempre em direção a estação de trens e seguindo as placas indicativas. Passei por vários pontos importantes: Pallazo Gussoni, Chiesa di S. Fosca, Palazzo Erizzo, Palazzo Soranzo Piovene, Chiesa della Maddalena, Palazzo Vendramin Calergi, Chiesa di S. Marcuola, Palazzo Correr Contarini, Palazzo Labia, Ponte delle Guglie, Chiesa di S. Geremia e finalmente cheguei a Chiesa degli Scalzi, que fica do lado da estação e trens.
Continuei a caminhada passando pela estação e seguindo em direção à Piazzale Roma. Atravessei a Ponte della Costituzione e cheguei a área de onde partem os ônibus de Veneza. Esta zona da Piazzale Roma é o único lugar da ilha onde carros e ônibus podem circular. Dali partem e chegam milhares de turistas todos os dias.
O dia foi finalizado nesse ponto, já era hora de voltar ao hostel e descansar.
Terceiro dia: vaporetto – dia de passeio de barco
Para ser bem exata o dia começou às 9h14 na Piazzale Roma. A ideia era fazer um grande giro por Veneza de barco, só que utilizando o transporte público e mais acessível.
O vaporetto – o “ônibus aquático” – é o principal meio de transporte na cidade de Veneza.
Para quem pretende usar este tipo de transporte por mais de um dia e para visitar vários lugares o ideal é comprar o Venice Card que dá acesso ilimitado ao transporte público por determinado tempo (a partir do primeiro uso). Os passaportes para 12/24/36/48/72 horas custam 18/20/25/30/35 euros. O transporte semanal custa 60 euros. Veja mais no site oficial de Veneza.
Como eu não tinha muito tempo para fazer tour pelas demais ilhas (Murano e Burano), decidi fazer somente o circuito mais popular (o mesmo que se faz com as gôndolas) com o transporte público, o circuito do Grand Canal, e fazer também o percurso pelo “outro lado da ilha” retornando pela Fondamente Nuove.
Eu fiz essa opção de andar por um trajeto e voltar por outro, mas para quem não tem muito tempo como eu e quer ver o “mais bonito” de Veneza, aconselho somente fazer o percurso Piazzale Roma – Piazza San Marco.
Por que digo isso? Porque de fato esse é o percurso mais famoso e mais bonito. O outro que eu fiz para retornar (Lido – S. Zaccaria) não é tão bonito e o vaporetto fica muito cheio, pois muita gente pega esse meio de transporte para ir até a estação central de trens ou para ir até a Piazzale Roma, ponto da estação central de ônibus.
Eu realmente recomendo só o trecho Piazzale Roma – Piazza San Marco (linha 1), ou caso você esteja com mais tempo e queira fazer as demais ilhas e explorar mais Veneza compre o Venice Card.
Voltando ao meu roteiro, comprei o passe do vaporetto em uma das máquinas que tem na Piazzale Roma e embarquei na linha 1 (Piazzale Roma – Ferrovia – Grand Canal (todas as paradas) – Lido e volta).
Passei por diversos pontos nessa viagem tranquila e “super” em conta (paguei 7,50 euros para um ticket válido por 75 minutos): Ponte di Calatrava, Fondaco dei Turchi, Palazzo Vendramia, Ca’cPesaro, Ca’cd’Oro, Pescaria, Feira Rialto, Ponte Rialto, Palazzo Grimani, Palazzo Corner-Spinelli, Palazzo Grassi, Ca’ Rezzonico, Ponte dell’Accademia, Peggy Guggenheim, Chiesa di Santa Maria delle Salute, Palazzo Ducale e Ponte dei Sospiri.
Essa rota de 3,5 km do vaporetto, número 1, passa por cerca de 50 palazzi, seis igrejas e paisagens que figuram em quatro filmes da saga 007.
Curiosidades à parte retornemos a nossa rota.
Como eu disse eu além de fazer esta rota queria fazer uma outra para dar uma volta quase completa por Veneza. Feito! Fui até o ponto final da linha 1, Lido (uma outra ilha), andei um pouco por ela, tirei algumas fotos e retornei à Veneza, só que agora pela rota 5.1 (Lido – Fondamente Nuove – Ferrovia – Piazzale Roma – Zattere – San Zaccaria – Giardini – Lido).
Total gasto com vaporetto:
Linha 1 – 7,50 euros (bilhete válido por 75 minutos)
Linha 5.1 – 7,50 euros (bilhete válido por 75 minutos)
Mas dessa vez fiz o percurso só até a estação San Zaccaria, pois já havia feito os dois últimos pontos e porque depois desse passeio de barco por toda a manhã eu queria “terminar” de conhecer Veneza por via terrestre. Desci nesta estação, que fica na Piazza San Marco, e segui em direção à Ponte dell’Accademia beirando sempre o canal. Eu queria fazer a parte oposta à Isola di S. Elena, pois no primeiro dia havia feito uma caminhada para este sentido da ilha.
Meu percurso final foi: S. Zaccaria, Ponte dei Sospiri, Piazza San Marco, Fond. Del Fontegheto, Campo di Santa Maria del Giglio, Museu della Musica, Campo S. Stefano, Chiesa di San Vidal, Ponte dell’Accademia, Gallerie dell’ Accademia, Campo di S. Barnaba, Chiesa di S. Barnaba e Piazzale Roma.
Estava findo ali meu roteiro por Veneza!
Retornei ao hostel, peguei minha mala e segui em direção à estação central de trens para voltar à Firenze.
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