Cortona e Arezzo
Roteiro de bate-volta partindo de Florença
Durante minha estadia na Itália algumas cidades me chamaram mais atenção que outras. E dentre essas que guardarei com carinho estão Cortona e Arezzo.
Como quase todos as viagens que fiz foram de bate-volta a partir de Firenze (Florença), a visita às cidades fica um pouco reduzida aos principais pontos, e por vezes um pouco corrida.
De qualquer forma caso você esteja em situação parecida, fazendo bate-volta ou com pouco tempo em cada cidade, deixo aqui algumas dicas importantes para que você consiga aproveitar ao máximo esse “pouco tempo”:
- Procure comprar a passagem de trem mais cedo possível, para que possa sair da sua cidade base (no meu caso era Firenze), e possa aproveitar o máximo nessas cidades vizinhas (caso não seja um bate-volta, e você esteja por 1 dia ou 2, somente nessa cidade, comece o dia bem cedinho para aproveitar tudo);
- Caso faça duas cidades vizinhas no mesmo dia, comece sempre pela “menos interessante”, ou seja, aquela que tem menos lugares/pontos de interesse para visitar (logicamente, procure se informar antes, seja com um escritório de turismo ou com algum morador local) e depois vá para a cidade com mais pontos de interesse;
- Sempre que chegar nessas cidades procure um centro de informações turísticas e peça ajuda para fazer um roteiro “reduzido”, de acordo com as horas que poderá ficar naquela cidade;
- Procure seguir as ruas e rotas indicadas pelo centro de informações, pois assim reduzirá o tempo e poderá ficar mais em alguns pontos favoritos;
- Procure identificar dentro das indicações o que mais lhe agrada. Mesmo não conhecendo a gente sempre tem preferência por alguns locais específicos (exemplo: igrejas, praças, parques, museus, etc.). Porque dessa forma poderá “escolher” onde ficar mais ou menos tempo;
- Aproveite cada segundo e observe tudo, caso goste da cidade e tenha um outro dia livre poderá voltar e aproveitar novamente esse local, só que agora com um outro olhar e de uma maneira mais pessoal e objetiva. Caso só tenha realmente um dia, guardará cada pedacinho e observação que fez.
Pronto agora diante de algumas poucas dicas, vamos ao roteiro que eu fiz nesse dia de muita caminhada.
Parte da manhã: Cortona
Comecei meu dia saindo de Firenze (Florença) em direção à Cortona. Peguei o trem das 9h e em 1h30 estava na estação de Camucia-Cortona, essa é a estação mais próxima da cidade.
É preciso fazer uma observação antes de continuar. Se a ideia é ir a Cortona de trem fique atento porque terá que pegar um ônibus ou uma van para ir até a cidade. A estação, na verdade, fica numa cidadela vizinha, e o acesso à Cortona é limitado à ônibus (que para bem na frente da estação) ou a serviços privados como vans ou taxis.

Chegando à estação segui até Cortona com uma van compartilhada.
Viajantes sempre dão um jeitinho, certo!?
Encontrei mais um casal e uma mulher que queriam “subir” até a cidade e “rachamos” uma van particular.
É bom se informar dos horários de ônibus antes de ir, porque na estação não existe balcão de informações, somente uma plaqueta no ponto de ônibus com alguns horários. De qualquer forma é melhor informar-se antes. Visite o site da comune de Cortona

Ônibus:
Onde pegar – ida: estação central de trem de Camucia (o ponto fica na praça da estação à esquerda da saída)
Onde pegar – volta: Cortona, Piazza Garibaldi
Bilhete: Comprar diretamente a bordo ou nos Tabacchi (tabacarias) da região
Valor: €1,30 (agosto/2016)
Confira os horários nos links:
*Em média a cada 1 hora
Duração: em torno de 10 minutos (Cortona – Camucia ou Camucia – Cortona)
*Se for fazer esse trajeto num domingo ou feriado, o transporte é limitado. Procure informar-se no centro de atendimento ao turista na Piazza Luca Signorelli, no momento que estiver em Cortona, e para subir procure um serviço de taxi ou van local.
Existem uma certa confusão nesses horários e no transporte local. Eu visitei a cidade num domingo e fui informada quando cheguei à Cortona que tinha uma mini van que descia para Camucia de 1 em 1 hora (10h25, 11h25, 12h25, 13h25, etc.), mas cheguei um pouco antes no ponto e existia uma mini van descendo para a estação às 13h.
Cheguei à Cortona e logo me dirigi ao centro de informações turísticas (o posto fica na Piazza Luca Signorelli, ao lado da Piazza della Repubblica, um loca central e que você logo identificará). Peguei um mapa conversei com o atendente, informei-me dos “melhores” pontos a percorrer em pouco tempo e por fim questionei-o sobre horários do ônibus para que eu pudesse retornar à estação de Camucia.

Coletadas as informações, “sebo nas canelas”!
Sai da Piazza Luca Signorelli em direção a Piazza della Repubblica, peguei a via Nazionale e segui para a Piazza Garibaldi, por ali tirei algumas fotos e continuei para Chiesa di S. Domenico.
Depois desses pontos começou o passeio “ladeira acima”.
Cortona é uma cidade de ladeiras e mais ladeiras, e caminhar pelas ruas é um exercício e tanto. Esteja disposto, coloque um bom tênis e carregue uma garrafinha d’água.
Segui em direção à Chiesa di S. Francesco, continuei caminhando pelas pequenas ruazinhas, subindo e subindo, e logo encontrei a Chiesa di S. Nicolò. Entrei tirei uma fotos e continuei para o Santuário di S. Marguerita.
Cheguei ao Santuário, descansei um pouco, porque as subidas são cansativas, parei pra um pequeno pit stop alimentar e um pouco de água e continuei ladeira à cima, para a Fortezza di Girifalco.
Depois de algumas boas fotos da paisagem, voltei por todo o caminhado que havia feito e retornei à Piazza Luca Signorelli, local de partida inicial.
Segui para a Catredale S. Maria Assunta, meu último ponto de interesse indicado pelo centro de turismo.
Depois de algumas fotos e alguns minutos admirando o visual que tem neste local segui novamente para a Piazza dela Repubblica, caminhei um pouco pela via Nazionale e terminei minha visita em torno das 13h na Piazza Garibaldi, local onde “peguei” a van em direção à estação de trem.
Meu passeio foi rápido, porém intenso, pois a cidade é pequena, mas com muitas ladeiras. Fiz o máximo que consegui em algumas horas. Ficou o gostinho de quero mais, e que de fato quando tiver uma nova oportunidade, farei um pouco mais para conhecer melhor esta cidadela.
São muitos os pontos indicados pelo mapa de turismo local:
- Cattedrale S. Maria Assunta;
- Museo Diocesano;
- Palazzo Vagnotti;
- Teatro Signorelli;
- Palazzo Casali;
- Chiesa S. Filippo;
- Palazzo Comunale;
- Palazzo Cristofanello;
- Chiesa di S. Benedetto;
- Centro S. Agostino;
- Chiesa dello Spirito Santo;
- Palazzo Passerini;
- Chiesa di S. Antonio;
- Casa Pietro Berrettini;
- Chiesa di S. Francesco;
- Palazzo Ferreti;
- Palazzo Venutti;
- Monastero di S. Chiara;
- Chiesa di S. Cristoforo;
- Chies adi S. Niccolò;
- Santuario di S. Margherita;
- Convento SS. Trinità;
- Chiesa di S. Marco;
- Chiesa di S. Domenico;
- Guiardini Parterre.

Parte da tarde: Arezzo
Entrei no trem em direção à Arezzo por volta das 13h30 e cheguei em 20 minutos à esta cidade. Mais uma vez a primeira coisa a fazer foi ir à um escritório local de turismo e coletar um mapa, além de pedir dicas de rotas e pontos de interesse para fazer em meio dia.
Com mapa em mãos, primeiro parei para um almoço na via Guido Monaco (uma via comprida que liga a estação de trem a Piazza San Francesco) para repor energias, e depois de mais ou menos 30 minutos voltei à ativa e segui para o walking tour.
Segui pela via Guido Monaco, e logo me deparei com um evento super tradicional de Arezzo, a feira de antiguidades mais famosa da Toscana e que acontece no primeiro fim de semana de cada mês, a Fiera Antiquaria di Arezzo.
Esta feira estende-se por quase todo o centro histórico, por esse motivo fui a percorrendo por quase todo o city tour.
Finda a Via Guido Monaco cheguei à Piazza San Francesco onde encontra-se um dos pontos de interesse indicados pelo escritório de turismo, a Chiesa di San Francesco. Segui pela via Cavour em direção à Corso Italia, uma famosa via desta cidade, onde encontra-se um vasto comércio.
Subi a Corso Italia e logo estava na área da Piazza Grande, local onde encontrei muitos pontos de interesse: Duomo di Arezzo, a Pieve di S. Maria e o Lodge Vasari. Essa piazza é bem bonita e estava repleta pelos vendedores da feira de antiquário.
Por ali fiquei uns bons minutos, tirei muitas fotos e segui em direção à Fortalezza Medicea. Nesse local me deparei com um lindo parque, o Il Prato. Muitos turistas e moradores aproveitando o sol e o espaço para descansar e praticar esporte.
Neste mesmo parque está a Cattedrale, outro local indicado como ponto de interesse. Passei pela catedral e segui pela via Ricasoli em direção Piazza San Domenico e Chiesa di San Domenico. Mais algumas fotos, uma pequena pausa para beber água e retornei pela via Ricasoli e retornei a Piazza Grande. Desta praça segui pela Corso Italia, novamente, mas agora em direção ao último ponto de interesse: o Anfiteatro Romano.
Finalizei o walking tour por volta das 17h e segui para a estação de Arezzo para meu retorno à Firenze.
Arezzo pode não ser a mais bela de toda na Toscana, mas tem sua graça e charme. As partes de seu centro histórico que sobreviveram aos bombardeios na Segunda Guerra Mundial são atraentes. Essas dependências serviram de ambientação para boa parte do filme A vida é bela, de Roberto Benigni, premiado com o Oscar.
Hoje a cidade é conhecida por suas igrejas, museus e opções de compras.

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Parabéns pelos excelentes comentários. tenho certeza de que serão muito valiosos pra todos aqueles que desejarem conhecer a Toscana.
Obrigada Silene. Espero que curta os outros posts tb! Beijos